quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Takashi Fukushima expõe “Luz e Sombra” na AC Galeria de Arte


de Nina Faccio 

Exposição reúne 18 obras inéditas, que mostram a visão do artista sobre a dicotomia “claro/escuro”, traduzindo o diálogo da estética entre o Oriente e o Ocidente. 



O artista plástico Takashi Fukushima, um dos mais expressivos representantes do grupo de artistas nipo-brasileiros, volta à cena com a exposição individual “Luz e Sombra”, na AC Galeria de Arte (Rua José Maria Lisboa, 1008, Jardins, São Paulo).

A exposição reúne 18 obras feitas com técnica de nanquim sobre papel, acrílica sobre tela, grafite e nanquim sobre papel e acrílica sobre madeira, que mostram a visão do artista sobre a estética oriental, com a qual se identifica, em justaposição ao que ele chama de seu “estar” no mundo ocidental.  Natural de São Paulo, Takashi Fukushima conserva forte ligação com a cultura japonesa, onde nasceu e viveu seu pai, o também artista plástico Tikashi Fukushima.



Arquiteto e mestre em estruturas ambientais urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Takashi Fukushima é professor de desenho e expressão na própria FAU e também no curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Mas é nas artes plásticas que ele - pintor, gravador, desenhista e cenógrafo - encontra o prazer da expressão. Desde 1969, quando participou do 13º Salão de Artes Plásticas do Grupo Seibi, na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, até agora, foram mais de uma centena de exposições individuais e coletivas, no Brasil e no Exterior, colecionando prêmios Atepesp, Mambembe, Molière e APCA. 



A ideia de fazer “Luz e Sombra” nasceu há muitos anos, enquanto lia o livro El elogio de la sombra, de Junichiro Tanizaki, referenciando-a, principalmente, à arquitetura residencial e à arte japonesa. “A iluminação e a luz elétrica provocaram mudanças radicais no cotidiano da vida no Japão, desde o início do século 20. O ensaio de Tanizaki, de 1933, é uma reflexão sobre as transformações ocorridas na cultura local. Ele reflete sobre o excesso de iluminação e diz que os japoneses creem na beleza advinda das sombras”, explica Takashi Fukushima, acrescentando: “Não há sombra sem a luz”.




Takashi faz parte dos artistas da geração de 1960/1970, que tem um padrão de trabalho consistente, altamente técnico e, ao mesmo tempo, inspirador. Depois das suas series: Mato, mar e planetas, ele entra nesse novo tema, luz e sombra.
Como ja antes admiradora do trabalho do artista, recomendo muito a visita a exposição.

  


As obras podem ser vistas de 10 de agosto até 6 de setembro, de segunda à sexta-feira, das 10 às 18h; sábados das 10 às 14h. Entrada franca e livre. Mais informações pelo telefone (11) 3063.3707 ou pelo site www.acgaleria.com

MAC: Museu de Arte Contemporâneo


O museu de arte contemporânea (MAC), fica no parque do Ibirapuera e tem 4 exposições para serem visitadas. Os quadros são simples, alguns bem coloridos, mas o que mais me chamou atenção, é que as coisas pintadas são bem comuns. Tem alguns quadros que o artista pintou um muro de uma casa, no outro ele pintou crianças brincando na rua, um menininho escondido e em uma outra parte da exposição, tinham coisas de cozinha como geladeira, fogão e uma pia, todos pintados de forma bem chamativa. Também tem a parte que além de quadros, as pessoas podem ver algumas esculturas, como a de um homem vestido de soldado.
E teria sido mais interessante, se tivessem deixado eu ver as esculturas de perto.

Quanto: Gratuito
Quando: de terça a domingo
Onde: Parque do Ibirapuera
Até quando: 3 de setembro


Por Juliana Eliza

Luz, cedro e pedra: fotografias de Horacio Coppola



A exposição “Luz, cedro e pedra”, no Instituto Moreira Salles, em Higienópolis, abrange diversas fotografias de Horacio Coppola das esculturas de Aleijadinho. Ela está aberta desde julho e continuará até novembro, com entrada franca. Por estar ao lado da faculdade FAAP, ter um ambiente agradável em frente ao parque Buenos Aires e ser de graça, não vejo desculpa para não conferir.
Admito que tive receio de ser apenas registros das obras de Aleijadinho. Engano meu. Uma experiência visual e histórica, a exposição compreende quatro salas com belas fotografias em preto e branco, tiradas em 1945 em Ouro Preto nas Igrejas da Inconfidência, São Francisco de Assis, entre outras. Além disso, Lorenzo Varela participa com quatro singelas poesias. Na entrada, o curador Luciano Migliaccio já avisa: “fotografar esculturas é uma questão de pontos de vista” e percebe-se o preparo e domínio técnico desse estudo de Horacio Coppola (1906-2012), que deixou um caderno com todas as anotações dos detalhes e informações de cada fotografia tirada. Sendo assim, ao invés de apenas registrar as obras, percebe-se uma construção a partir dela e uma discussão sobre serem também obras de arte.
                          
A dita “renovada experiência emotiva do espaço”, segundo o curador, começou na primeira sala, com imagens de Cristo parecendo retratos, como um book profissional, com o fundo sempre preto ou branco. Uma abordagem que admito nunca ter visto antes em relação às esculturas nem à religião. A segunda sala, obras de diversos homens me chamaram atenção pelas expressões e pelo jogo de luz e sombra. O relevo das pedras de Aleijadinho dá uma impressão seca e intensa às obras. A terceira sala agrupa detalhes das fachadas das Igrejas e depois uma panorâmica da mesma. Curioso como o sentido que escolhi andar pela sala me fez ver o micro antes e procurá-lo perante o macro - difícil exercício, eu diria. Talvez uma provocação do autor para mostrar seu olhar da obra de Aleijadinho, provando que suas fotografias são diferentes do que ver as esculturas pessoalmente e, quem sabe, criando obras de arte.

Mas a sala que mais me impressionou foi a última, em que a mesma escultura é fotografada de mais de um ângulo. Seja pelo corte ou pela abordagem, o fato é que são fotos completamente diferentes. Por exemplo, três fotos de um telamão: uma tirada de baixo, carregada de certa superioridade; uma de frente, com o qual o olhar do homem para baixo aparenta ser demonstração de submissão; uma terceira, ainda, em diagonal meio de lado, mostra a concentração desse olhar e a força de seus braços.
O contraste é algo presente em todas as obras, seja pelos opostos das cores preto e branco, pelo jogo de micro e macro ou ainda pelos pontos de vista diversos sobre uma mesma obra. Além disso, as linhas e a arquitetura das Igrejas de Ouro Preto complementam as fotografias, não sendo mero registro de Aleijadinho. Um ar gráfico por meio de ângulos e cortes provam que o conjunto da exposição são verdadeiras obras de arte. Um estudo de luz, relevo e expressão.


Por Keryma C. Lourenço
saiba mais em: http://ims.uol.com.br/Programacao/D1053

Exposição: de 18 de julho a 11 de novembro 2012
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

                                         CARAVAGGIO E SEUS SEGUIDORES




No MASP esta acontecendo a mostra "Caravagio e seus seguidores" que traz seis obras do pintor barroco e mais quatorze de artistas que seguiram seus passos.

As seis obras apresentadas são umas das pouquíssimas que restaram de um artista que revolucionou a arte com técnicas de uso de sombras, luzes, claro e escuro para conferir profundidade e dramaticidade nas telas.

Durante os 38 anos em que viveu Caravaggio foi um pintor prolífico, mas grande parte de sua obra teve um destino desconhecido restando hoje apenas 62. A mostra é uma oportunidade única para contemplar o trabalho deste grande artista.

Dentre as obras expostas no museu constam, "São Francisco em meditação", "São João Batista que alimenta o cordeiro", "retrato do cardeal" e destaque para "Medusa Murtola" que teve sua autenticidade recém reconhecida e é mostrada ao público pela primeira vez.

São Francisco em meditação



São João Batista que alimenta um cordeiro

Retrato do cardeal

Medusa Murtola

Apesar de gozar de certa tranquilidade financeira, e de possuir muitos admiradores Caravaggio possuía uma personalidade difícil e inracível o que lhe causou muitos problemas o maior deles sendo uma sentença de morte, acusado de matar um homem num duelo. Tal sentença o obrigou a fugir de Roma.

Analisando as obras dos artistas que se enveredaram pelo mesmo caminho de Caravaggio, vemos a enorme influência deste último no âmbito da pintura. Orazio Gentileschi, Giovanni Baglione, Orazio Borgianni foram alguns dos artistas que tiveram a obra de Caravaggio como referência. 

A exposição vai do dia 02 de agosto até o dia 30 de setembro de 2012 no MASP Av. Paulista 1578.
Horários: de terças a domingos e feriados das 11:00 as 18:00 e quinta das 11:00 as 20:00.
Ingressos: 15 reais e estudante 7 reais. 
                                     

"TUTTO FELLINI" - SESC-Pinheiros


                                                                      

       Já na hora em que saí do metrô Pinheiros e comecei a andar pela estreita calçada em reforma não parei de pensar na exposição que veria em poucos minutos. Genial para alguns, absurdo para outros, ninguém nega o poder de Fellini. Seu talento criativo em fazer um filme ultrapassava as salas de cinema, renovando uma Itália pós-guerra e definindo o que sabemos sobre o homem moderno. Uma nova forma de se viver. Paparazzi, palhaços, prostitutas. O pop encontra o tradicional em uma leitura hiper-realista e única do mundo, principalmente de seus personagens. O Picasso do cinema. Minha maior surpresa foi saber que a exposição não apenas trouxe a época Felliniana como nos fez vivenciá-la.



       Cheguei ao SESC-Pinheiros e fui direto à bilheteria comprar a entrada, porém descobri que era franca. Uma crítica recorrente que tenho ao Brasil é a falta de acesso à cultura devido a preços elevados. Por isso, além da expectativa de ter acesso ao trabalho de um dos meus diretores favoritos, já fiquei admirada por isso ser proporcionado gratuitamente. A exposição não só atingiu minhas expectativas como as superou. Ao sair do elevador do segundo andar, já me emocionei ao ouvir o som de "La Dolce Vita" por trás da parede enquanto lia o cronograma da vida de Fellini.

       Logo na primeira sala, uma instalação com trechos de três filmes do diretor - "La Dolce Vita", "Boccaccio" e "Luci del varietà" - permite que o visitante imerse no estilo de Fellini e fique fascinado com os sons e as imagens ali disponíveis. Ao prosseguir, conhecemos um pouco de sua vida por meio de fotos, começando por seu encontro com Giulietta Masina, sua esposa e parceira de trabalho. Com seu rosto peculiar, desde Gelsomina até uma prostituta, ela é um dos símbolos de Fellini, que descreve seu rosto cômico como uma de suas melhores qualidades. Porém, concordo com Caetano Veloso quando diz que "aquela cara é o coração de Jesus".

                    


       Mais adiante, uma surpresa. Pessoalmente, eu desconhecia a relação intensa de Fellini com a pintura e com a psicanálise. Descobri que, antes de se tornar diretor, ele trabalhava como cartunista e que, apesar de ter seguido outro ramo, jamais deixou de pintar. Transcrevia e desenhava seus sonhos em um livro que está presente na exposição, além de diversas páginas expostas nas paredes. A partir desse material, é possível adentrar ainda mais no mundo Felliniano e em suas idiossincrasias.

                      

       O resto da exposição traz mais fotos e trechos de filmes, além de apresentá-lo como extremamente antenado, passando para as telas coisas que estavam acontecendo no dia-a-dia italiano. Uma capa de revista era o suficiente para influenciá-lo na criação de ícones e na eternização de lugares - como a Fontana di Trevi - que virariam símbolos daquele mundo moderno. O modo como ele trabalhava também é apresentado por fotos nas quais ele trata seus atores com proximidade, além de sua necessidade de se ver dentro das cenas. A vida inteira do diretor está muito bem sintetizada através de entrevistas, imagens e sons.

 
       A exposição acontece até o dia 16 de setembro no SESC-Pinheiros e eu a recomendo não só aos amantes de cinema, mas a qualquer um que tenha curiosidade de conhecer um dos representantes e influenciadores do mundo no qual vivemos. Como bem disse Sam Stourdzé, curador da exposição, Tutto Fellini "interroga o século XX de Fellini; o século do cinema, claro, mas também o da mídia: da imprensa, da televisão, da publicidade... Em poucas palavras: o século das imagens."

                     

Por Maria Carolina Starzynski Bacchi


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Jasper Johns: Pares Trios Álbuns

A exposição do artista norte-americano precursor da POP Art, Jasper Johns, realizada no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo traz 70 peças do acervo do artista feitas através de técnicas como litogravuras, serigrafias e gravura em metal, focadas em temas populares e objetos do cotidiano, como um jornal.


Pessoalmente, quando eu soube dessa exposição fiquei bem animada, pois adoro os trabalhos da POP Art americana (apesar de não concordar muito com as ideias de seu maior ícone, Andy Warhol). Sendo assim, eu fui para a exposição esperando ver verdadeiras obras de arte. Entretanto, ao olhar as peças da exposição senti um certo desconforto e desânimo. Todas as obras expostas eram feitas com técnicas de produção industrial, a mesma figura aparecia em várias "tiragens" diferentes só com as suas cores alteradas, como é o caso de sua obra "Sem Título (Secundárias e Primárias)" de 1991 e "Sem Título" de 1998 (figuras 1 e 2). Vendo as obras desse artista, percebi a minha preferência pelos quadros "pintados a mão" e figurativos. O fato de saber que alguém realmente desenhou aquelas formas naquele único quadro querendo transmitir alguma coisa com aquilo, tem um valor, para mim, completamente diferente de uma peça que foi impressa várias vezes para várias pessoas diferentes.
Para mim, as obras de arte de Jasper Johns tem um caráter meramente decorativo, é um quadro bonito para se pendurar na sala de jantar ou na sala de espera do consultório de um dentista.

Figura 1

Figura 2


Por Marina Pilnik Portela

Dados relevantes sobre a exposição:
Quanto: Gratuito
Quando: de terça a domingo das 11 às 20 horas
Onde: Instituto Tomie Ohtake, Avenida Faria Lima número 201, entrada pela Rua Coropés, Pinheiros, São Paulo
Até quando: até o dia 26 de agosto de 2012




      Dia:Beacon – New York 


Em Julho deste ano fui viajar pela primeira vez para Nova York, porém não fui a nenhum show da Broadway e nem mesmo vi a estátua da liberdade, sendo assim, aproveitei meu tempo para andar pela cidade e conhecer lugares que mais me interessavam.
Apesar de ser uma cidade em que a cada esquina e a cada paisagem a atmosfera artística está em ebulição o museu que mais me marcou fica fora deste cenário: na cidade de Beacon.
Para chegar ao Dia:Beacon é necessário pegar um trem na Grand Central Station e viajar aproximadamente 1h30min. O passeio desde já vale a pena.

Inaugurado em Maio de 2003, funcionava antes como uma fábrica de biscoitos, portanto suas salas espaçosas e seu pé direito alto permitem a exposição de obras de grande escala.
O espaço é preenchido por trabalhos datados desde a década de 60 até os dias de hoje em uma exposição permanente. Há também espaço para exibições especiais, muitas vezes site specifics, como é o caso da instalação do artista americano Sol LeWitt “Drawing Series” e do conjunto de vídeo instalações “Circa 1971: Early Video & Film from the EAI Archive" localizado na parte subterrânea da fábrica.
Com mais de 20 artistas representados pelo museu, alguns se destacam, tais como:
                                                                                

Joseph Beuys
Louise Bourgeois
John Chamberlain

Bruce Nauman
Richard Serra
Michael Heizer
Walter De Maria
Don Flavin








Dentre os muitos que conheci, Michael Heizer foi o que mais me atingiu com a criação do conceito "Negative” sculpture (escultura negativa) que mudou o rumo da arte moderna redefinindo a escultura em termos de escala, massa e dimensão, trabalhando também com a aproximação do poder da natureza com o poder da arte.








Horário de Funcionamento:
Janeiro–Março
Sexta–Segunda 11 am–4 pm
                                           
Abril–Outubro
Quinta–Segunda 11 am–6 pm
                                                                                            
Novembro–Dezembro
Quinta–Segunda11 am–4 pm

Dia:Beacon fecha na Terça-feira e   
Quarta-feira.                                                 

Entrada: $10                                                             O museu por si só já é uma obra.


Por Manoela Gonzaga Clemente


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pinacoteca - Carlos Cruz-Diez


           A Pinacoteca do Estado de São Paulo é um dos mais importantes museus de arte do Brasil. É o mais antigo de São Paulo, fundado em 1905 e regulamentado como museu público estadual desde 1911. Ocupa um edifício no Jardim da Luz, no centro de São Paulo.
         A Pinacoteca do Estado abriga um dos maiores e mais representativos acervos de arte brasileira, com quase oito mil peças abrangendo majoritariamente a história da pintura brasileira dos séculos XIX e XX.
         Atualmente o espaço apresenta a exposição Carlos Cruz-Diez: A cor no espaço e no tempo, com cerca de 150 obras, entre pinturas, gravuras, ambientes cromáticos, desenhos e vídeo.
         A exposição apresentada refaz a trajetória do artista, desde suas pinturas figurativas a óleo, raramente vistas, realizadas quando Cruz-Diez ainda era um estudante, até explorações plenas de cor em movimento.
         Entre os trabalhos apresentados na mostra está a série "cores físicas", que consiste em uma sequência de linhas coloridas alinhadas verticalmente que são modificados conforme o ângulo da luz ambiente e da posição do observador, projetando, assim, a cor no espaço e criando um efeito que evolui continuamente, dependendo do deslocamento do observador.
         Cor aditiva e Indução cromática, são duas séries de trabalhos que estão inter-relacionadas e têm por base a impressão ou persistência retiniana, que leva a retina do observador a produzir uma terceira cor virtual quando confrontada com duas cores complementares em um plano.
         Além disso, no espaço central do museu, os visitantes encontrarão Cromointerferência. Trata-se de um grande espaço branco no qual dois planos de cor ondulam constantemente em faixas projetadas nas paredes e no piso, dissolvendo em cor os volumes ao redor.
         A última, Cromosaturação, consiste em uma sequência de três espaços independentes em que Cruz-Diez isola a cor “crua” e cria um display com efeitos de puro cromatismo. Essa vivência produz estímulos que perturbam a retina, normalmente exposta a uma grande variedade de cores simultâneas.
         Completando a exposição, serão exibidos os projetos arquitetônicos de Cruz-Diez e suas intervenções no cenário urbano.
         Na medida em que a cor depende do deslocamento do observador diante da obra, ela cria uma experiência participativa e interativa no espaço e no tempo, isso tornou a exposição mais dinâmica e atrativa pra mim.
         Na minha opinião, achei a exposição curta, o que de certa forma é um bom sinal pois admirei o estilo do artista e gostaria de ter visto mais. Com relação as obras em si, são antigas (a maioria da década de 70) porém são inovadoras, até mesmo nos dias de hoje. O efeito que a mudança de cores e luzes surte me incomodou um pouco mas esse era justamente um dos objetivos de Cruz-Diez.
experiência monocromática
experiência monocromática
experiência monocromática
experiência monocromática       
       
  "Quero que meu trabalho estimule o mesmo tipo de prazer propiciado por uma pintura, embora não tenha sido pintado"
                                                                          Carlos Cruz-Diez
        
         Pinacoteca do Estado de São Paulo 
Praça da Luz, 02 - Luz - Tel. 11 3324-1000
Terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h Às quintas até as 22h. Entrada franca das 18h às 22h Ingresso combinado (Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6,00 e R$ 3,00  Grátis aos sábados. Estudantes com carteirinha pagam meia entrada. Crianças com até 10 anos e idosos maiores de 60 anos não pagam.


Marcel Eli Blankfeld





quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Impressionistas

O CCBB recebe 85 obras impressionistas vindas do Museu D'Orsay. A exposicão tem obras de Camille Pissaro, Claude Monet, Edgar Degas, Edouard Manet, Henri Toulosse-Lautrec, Paul Cézanne, Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir e Vincent Van Gogh, entre outros.
Acontece de terça a quinta, das 10h às 22h. Sextas, das 10h às 23h e Sábado e domingo, das 8h às 23h, na rua Álvares Penteado, 112. No subsolo, térreo, 1º, 2º, 3º e 4º andares.
É a primeira vez que obras do museu D'Orsay podem ser vistas na America latina. Algumas delas, inclusive, nunca tinham saído do museu.
Essa é sem duvida uma das exposições mais esperadas. Pude notar isso, pela imensa fila que se forma na porta do CCBB.  De qualquer forma vale a pena, a comecar pelo espaco, que é lindo. O centro de São Paulo se parece com as cidades europeias, é uma pena que seja tão mal cuidado. O acesso ao local também não facilita.
Dentro do edifício começa a viagem pelo "Ipressionismo: Paris e a modernidade". Gostei muito da divisão que fizeram para a exposição. As obras foram divididas em setores:
“Paris é uma festa!”, “Paris cidade moderna”, “Fugir da Cidade”, “A vida parisiense e seus atores”, “A Vida silenciosa”, “Convite à viagem: Na Bretanha e “Convite à viagem: O Ateliê do Sul”.
No local, não podemos tirar fotos e, mesmo os folhetos, tem um número limitado e acabam bem rápido.
As obras mostram a caraterística de metrópole que Paris tinha já na segunda metade do século XIX, uma cidade fervilhante em contraponto aos arredores bucólicos. Gostei bastante de poder "passear por Paris nesse periodo".
Confesso que a fila para entrar é um pouco desanimadora, o tempo de espera foi de duas horas, a dica para quem quer fugir das filas é ir à noite.
A exposição fica até o dia 7 de outubro, e haverá mais uma data em que a exposição estará aberta durante a madrugada.

                                                                             Laura Kuczynski 41121602

"O Entusiasmo de Anakuma", de Rui Amaral

intervenção urbana - grafite
cruzamento da Av. Paulista com Av. Brigadeiro Luis Antonio, SP

Para inaugurar este blog, eu já havia resolvido: vou na exposição do Caravaggio, um dos mais emblemáticos artistas do Barroco italiano, em cartaz na cidade desde o início de agosto. Evitei a terça-feira, dia de semana em que o MASP tem entrada gratuita, e preferi ir mesmo em um dia pago, no meio da semana, para evitar a multidão.

Ingenuidade. No dia escolhido, a atmosfera do lugar lembrava uma Disney em férias de julho. Filas quilométricas, crianças correndo, senhoras com seus imensos óculos escuros reclamando de tudo, caravanas de turistas. Todos ansiosos para receberem o carimbo "Caravaggio" em seus currículos, traduzindo bem a histeria que a espetacularização da arte provoca na sociedade contemporânea. 

Desisti e decidi vasculhar na própria Paulista por outras exposições ou centros culturais para este trabalho. Talvez a Fiesp ou o Itaú Cultural, pensei. Mas foi bem mais simples. No meio do caminho, me deparei com uma imensa intervenção urbana, recém finalizada, na parede um prédio de 35 metros. Descobri então que seu autor, o grafiteiro Rui Amaral, empresta suas cores à nossa cinza cidade já há algum tempo, mais precisamente à Avenida Paulista e um é dos nomes relevantes no cenário da street art de São Paulo.

É dele, por exemplo, os grafites que ficam na outra ponta da avenida, na saída do "buraco" que vai dar na Av. Dr. Arnaldo. Ou então, a caixa d'água do Parque Mário Covas. O artista nasceu em Jaú, está há 30 anos no mundo das artes, e vivenciou desde as repressões durante a ditadura até a liberação do grafite como forma de arte e expressão nos dias de hoje.

O “Entusiasmo de Anakuma" fica na lateral do Edifício Helena, e é sua terceira e maior intervenção na Paulista. Inspirado nas lendas dos deuses astronautas, Amaral contou com a ajuda de outros 4 grafiteiros, e ele já prepara mais dois projetos, um na própria Brigadeiro e outro na Consolação.


Todos os trabalhos são autorizados pela Prefeitura e este em específico faz parte de um programa da empresa GE, chamado Galeria GE e que tem a pretensão de fazer de SP, aos poucos, uma espécie de museu a céu aberto, valorizando a arquitetura dos prédios. Essa iniciativa, aliás, está no momento em uma nova etapa, em que o público poderá escolher aqui dois entre outros quatro artistas que pintarão novos painéis na avenida Prestes Maia e na rua Clodomiro Amazonas.

E assim, com essas iniciativas, nossa cidade vai ficando menos cinza, mais bonita. E o melhor: tudo de graça, sem filas e sem histeria. 

Mais sobre Rui Miranda aqui

por (Bob) Yang Mei