quinta-feira, 27 de setembro de 2012

3 em 1

90 de 22: A Belas Artes e a Semana de Arte Moderna de 22
80 de 32: A Belas Artes e a Revolução de 1932
Lucia Mindlin Loeb - O livro entre outros

Por Gabriella Albino





O Museu Belas Artes de São Paulo (muBA) recebe até o o mês de dezembro, as exposições "90 de 22: A Belas Artes e a Semana de Arte Moderna de 1922", "80 de 32: A Belas Artes e a Revolução de 1932", e "Lucia Mindlin Loeb - O livro entre outros"

A mostra da semana de 22 homenageia alguns nomes importantes do cenário cultural brasileiro, em especial durante a semana e que também estão presentes na história da instituição como Pedro Augusto Gomes Cardim (fundador da Academia de Belas Artes de São Paulo), Antônio Paim Vieira, Menotti Del Picchia e Mário de Andrade. 




A mostra sobre a 
Revolução Constitucionalista de 1932 trás uma série de obras e estudosdo artista Paulo Vergueiro Lopes de Leão (1889-1964) pertencentes ao acervo do museu. Estas peças são emblemáticas na trajetória profissional do artista e se destacam comoreferência e documentos da história institucional da Escola de Belas Artes de SãoPaulo da década de 1930. Uma das obras é “Bandeira Paulista”que problematizacontexto político e artístico da década de 1930 além de sua inter-relação com ahistória institucional da Belas Artes e da Pinacoteca do Estado.








A singular produção de Lúcia -­ talentosa aluna formada pela Belas Artes -, aoprocurar ressignificar a memóriaatualiza também parte de uma história da qual aprópria artista faz parte.
Apresentar a produção de Lúcia Mindlin Loeb é falar de uma vida entre livros e, setratando de livrosé falar destes objetos de conhecimento também como lugaresde possibilidades e imaginaçãoMais do que issoé tratar também de tempo,nossas memórias e lembranças

.









Fui visitar o muBA para ver a exposição sobre a semana de arte moderna e me decepcionei pois é muito curta, acho que poderiam ter explorado mais o acervo que tinham para trazer uma exposição mais interessante. Porém me surpreendi ao ver que outras duas mostras estavam acontecendo no mesmo local e uma delas , "O livro entre outros- Lucia Mindlin Loeb"me chamou a atenção e fez valer a pena a visista.
















  • Essa exposição nos permite tocar nas obras, interagir com elas e foge do convencional. Mostra o livro de formas diferentes do que somente ler, faz nos ver, tocar, sentir, imaginar e exemplificar as histórias contadas nos livros.
  • Me fez ver o livro de outra maneira e tirou a mesmisse da leitura linear.



  • ENTRADA GRATUITA

    Visitação: 17/9 a 01/12/2012 seg. a sex., das 10h às 20h / Sábado, das 10 às 16 h
    (fechado aos domingos e feriados).

    Local: Museu Belas Artes de São Paulo (muBA) - Sede

    Endereço: Rua Dr. Álvaro Alvim, 76, Vila Mariana, São Paulo - SP

    Contato: 55 11 5576-7300 / muba@belasartes.br

    www.muba.com.br / www.belasartes.br

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lasar Segall - Processos

Por Bruna Caçapietra Machado


O Museu Lasar Segall, apresenta em uma breve, porém prazerosa exposição com o próprio acervo do museu, o processo de criação das obras de Lasar Segall, com desenhos, fotografias e registro de questões temáticas levantadas e observadas pelo artista até chegar a obra final. Lasar Segall, judeu russo nascido em 1891, estudou arte na Alemanha porem se destacou quando entrou para o grupo A Ponte, grupo este percursor do Expressionismo alemão, inovadores em suas técnicas, diziam que a proposta feita pelo grupo era uma arte "interiormente verdadeira".

A partir dessa frase é possível entender sem saber a história de vida de Lasar Segall, apenas observando suas obras, que em cada uma delas a verdade vivida no momento da produção, se explica em cores e formas.

A exposição mostra o processo de criação do artista, os estudos, os desenhos, para chegar até a obra final, algo extremamente bem feito, deixando claro ao visitante cada fase da vida do artista e sua maneira detalhista, observadora e estudiosa em querer transformar em arte aquilo que lhe chocava, aquilo que ele estava vendo e vivendo.

Interior com quatro figuras, c. 1921
grafite sobre papel
Podemos seguir com exemplos de como sua vida e principalmente seu olhar sobre a vida de quem lhe cercava, Lasar Segall em 1919 e 1920, representou em suas obras o período pós guerra que a Alemanha estava vivendo, seus quadros mostram seres humanos sem sonhos, perambulando pelas cidades alemãs, sem alma e sem corpos, cores fortes como preto, violeta e amarelo, eram bastante comum nos quadros feitos nesse periodo. Cabeças enormes e olhos rasgados acabaram sendo a marca dessas obras de Lasar Segall, o qual deformava dentro de um limite e permitia movimento em cada quadro.


 
Interior de pobres II, 1921
oléo sobre tela

Menino com lagartixas, 1924
oléo sobre tela




Em 1923 Lasar Segall se muda para o Brasil e adota o país como sua segunda pátria, se apaixona pelas paisagens, pelas pessoas e conhece aqui, o amor de sua vida Jenny Klabin Segall, com quem tem dois filhos. O Brasil para Lasar Segall, "paisagem de sonho" como ele mesmo definiu, permitiu com que sua pintura recebesse cores vivas. Radicado em São Paulo, conhece fazendas no interior paulista, onde desenha e pinta bananais, cafezais, negros ex-escravos, figuras marcantes em sua fase brasileira.


Navio de emigrantes, 1939/41
óleo com areia sobre tela
Convés de navio, c. 1937/8
grafite sobre papel

Em 1928, Segall retorna a europa por quatro anos, e durante esse período se recolheu para viver uma fase familiar e como sempre, suas obras retratavam bem esse período, pois seus temas principais foram o da maternidade, devido a chegada de seu segundo filho, o judaísmo, natureza-morta e paisagens bucólicas.

Estudo para favela, c. 1954
carvão sobre papel 
Favela I, 1954/55
óleo com areia sobre tela

Além de belíssimas obras, as quais me encantei muito, a ideia de mostrar o processo criativo, de fato foi o grande motivo da minha escolha em visitar esta exposição, acredito que sem uma base, sem um estudo, sem um olhar diferenciado, e uma procura pelo novo, as ideias não surgem e consequentemente o novo deixa de existir, criar é algo difícil, trabalhoso e que exige dedicação. A exposição acaba trazendo a humanização do artista, colocando-o como um observador dedicado em mostrar e expressar seu olhar para o mundo. 


Museu Lasar Segall
Rua Berta, 111 São Paulo - SP

 Exposição: de 16 de julho a 14 de outubro de 2012
Horário: diariamente das 11h00 às 19h00

Fechado às terças-feiras
Entrada Gratuita
www.museusegall.org.br 


Esplendores do Vaticano



         A Oca recebe a exposição  “Esplendores do Vaticano – uma jornada através da fé e da arte” que conta com 200 obras expostas em três andares e divididas em 11 sessões. Entre elas estão pinturas, objetos, vestimentas e documentos do Vaticano.

         A exposição foi divida em três andares. O primeiro andar representa o sub-solo da Basílica de São Pedro, onde podem ser vistas replicas de túmulos, urnas, construções e pinturas (originais) em aquarela e ate mesmo fragmentos arquitetônicos. O segundo andar é o térreo da Capela Sistina, uma das principais obras expostas é uma replica da Pietá de 1499 de Michelangelo. 

Pieta de Michelangelo

Na sessão barroca, Madonna de Giovanni Battista Salvi

 Natividade de Botticelli 

Retrato de Cristo por Guercino

No mesmo andar, esta localizada a sessão dos documentos dos missionários de Roma, sendo todos os documentos originais. Estão expostos livros, mapas, cartas e anotações. Outra sessão é dedicada aos objetos e vestimentas, todos originais, usados pelos Papas. O terceiro andar da Oca é uma representação do teto da Capela Sistina. Um ambiente foi montado com cinco projetores para que os visitantes possam ter uma ideia de como é estar dentro da Capela Sistina. As imagens se movimentam e proporcionam uma visão quase que completa da capela.
         No final da exposição, perto da saída, uma replica da mão de Joao Paulo II é exposta aos visitantes, onde os mesmo podem colocar suas mãos nas “mãos” do papa. A exposição tem como objetivo a arte como representação simbólica, e não só religiosa. 
A exposição é uma realização da Time 4 Fun e Evergreen Exhibitions e tem parceria com o Bradesco.


Informações:
OCA – Parque do Ibirapuera
Av. Pedro Alvares Cabral, portão 3.
Das 9:00 as 19:00.
Visita normal: 44,00 inteira e 22,00 meia.
Visita monitorada + 8,00 de serviço. Horário marcado*.
Até 23 de dezembro.


Thais Yamamoto

*Nao é permitido fotografar a exposição, fotos retiradas da internet.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Lygia Clark: Uma Retrospectiva


Por Giovanna Siqueira

O Itaú Cultural homenageia a artista plástica brasileira Lygia Clark (1920-1988) numa retrospectiva que inclui 145 de seus trabalhos, alguns dos quais inéditos. A exposição passeia por todas as fases de Lygia, cuja obra vai da pintura até a vídeo-instalação.

Bastante reconhecida internacionalmente, Lygia Clark é ainda pouco exibida em seu país de origem.  O Itaú Cultural teve a iniciativa de reapresentar essa artista ao seu “público de casa” e, para isso, montou uma linha do tempo de sua vida e carreira, e ainda exibe filmes sobre a artista.

O Violoncelista (1951)
No campo das artes plásticas, a exposição contém pinturas, esboços, maquetes, e as famosas esculturas abstratas e manipuláveis de bichos. Há também um andar inteiramente dedicado aos chamados objetos sensoriais e duas vídeo-instalações.

O grande destaque vai, no entanto, para as proposições da artista que exigem a total participação do público. São elas A Casa é o Corpo, Campo de Minas e Corpo Coletivo. O ambiente dessas instalações e os acessórios para cada atividade estão lá, mas o que falta é público.

Lygia Clark: Uma Retrospectiva é primorosa em todos os aspectos, mas é justamente a falta de público que a impede de ser uma experiência mais rica.



Bicho Nº2 (1960)

Visitada apenas por alguns transeuntes da Avenida Paulista e por uma excursão de crianças no período em que estive lá, a exposição perde em boa parte o seu sentido.

Os objetos sensoriais e instalações, cuja proposta é essencialmente lúdica, interativa, participativa e viva, acabam abandonados.

O maior êxito da mostra é a retrospectiva em si, que permite que se conheça a evolução de Lygia e a pluralidade de seu trabalho.
Lygia Clark

Itaú Cultural – Av. Paulista, 149 (piso térreo, 1º e 2º subsolos, e 1º e 2º andar.)
Em cartaz até 11 de novembro, domingo.
De terça a sexta, das 9h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h.
Entrada franca.
Estacionamento pago na rua ao lado.
Leia mais sobre Lygia Clark em: http://www.lygiaclark.org.br/